Produção industrial cresce 0,8% em agosto

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4 de outubro de 2019

Produção industrial cresce 0,8% em agosto

Em agosto de 2019, a produção industrial cresceu 0,8% frente a julho (série com ajuste sazonal), eliminando, assim, grande parte da perda de 0,9% acumulada no período maio-julho de 2019. Na série sem ajuste sazonal, no confronto com agosto de 2018, o total da indústria apontou redução de 2,3% em agosto de 2019, após também registrar recuo em junho (-5,9%) e julho (-2,5%).

PeríodoProdução
industrial
Agosto / Julho 20190,8%
Agosto 2019 / Agosto 2018-2,3%
Acumulado em 2019-1,7%
Acumulado em 12 meses-1,7%
Média móvel trimestral0,0%

O setor industrial acumulou queda de 1,7% nos oito primeiros meses de 2019. O acumulado nos últimos 12 meses, ao assinalar recuo de 1,7% em agosto de 2019, mostrou perda de ritmo frente ao resultado do mês anterior (-1,3%) e permaneceu com a trajetória predominantemente descendente iniciada em julho de 2018 (3,2%). Veja a publicação completa e mais informações no material de apoio.

Indicadores da Produção Industrial por Grandes Categorias Econômicas
Brasil – Agosto de 2019
Grandes Categorias EconômicasVariação (%)
Agosto 2019/
Julho 2019*
Agosto 2019/
Agosto 2018
Acumulado Janeiro-AgostoAcumulado nos Últimos 12 Meses
Bens de Capital-0,4-3,70,71,6
Bens Intermediários1,4-2,1-2,8-2,6
Bens de Consumo-0,7-1,80,3-0,3
Duráveis-1,8-5,60,5-0,6
Semiduráveis e não Duráveis-0,4-0,70,2-0,3
Indústria Geral0,8-2,3-1,7-1,7
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
*Série com ajuste sazonal

10 dos 26 ramos pesquisados crescem em agosto

No crescimento de 0,8% da atividade industrial na passagem de julho para agosto de 2019, somente uma das quatro grandes categorias econômicas e 10 dos 26 ramos pesquisados mostraram expansão na produção. Entre as atividades, a influência positiva mais importante foi registrada por indústrias extrativas, que avançou 6,6%, quarta taxa positiva consecutiva, acumulando, assim, ganho de 25,2% nesse período. Vale destacar que esses resultados positivos interromperam três meses seguidos de queda na produção, período em que acumulou redução de 24,2%. Outros impactos positivos relevantes foram observados nos setores de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,6%) e de produtos alimentícios (2,0%), com o primeiro assinalando avanço de 7,7% no período maio-agosto de 2019; e o segundo interrompendo três meses consecutivos de queda na produção, período em que acumulou perda de 3,0%.

Por outro lado, entre os 16 ramos que reduziram a produção nesse mês, o desempenho de maior importância para a média global foi registrado por veículos automotores, reboques e carrocerias, que recuou 3,0%, revertendo, dessa forma, a expansão de 1,4% verificada no mês anterior, quando interrompeu dois meses consecutivos de queda, período em que acumulou redução de 4,4%. Vale destacar também os resultados negativos assinalados pelos ramos de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-7,4%), de máquinas e equipamentos (-2,7%) e de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-4,9%), após o crescimento observado em julho último: 0,9%, 6,4% e 6,4%, respectivamente.

Entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens intermediários, ao crescer 1,4%, mostrou a única taxa positiva em agosto de 2019, após assinalar queda em junho (-0,6%) e ficar estável em julho (0,0%). Por outro lado, o setor produtor de bens de consumo duráveis (-1,8%) apontou o recuo mais intenso nesse mês, após avançar 0,4% em julho de 2019, quando interrompeu dois meses consecutivos de queda na produção, período em que acumulou redução de 3,0%. Os segmentos de bens de consumo semi e não-duráveis (-0,4%) e de bens de capital (-0,4%) também assinalaram resultados negativos em agosto de 2019, com o primeiro eliminando parte do avanço de 1,3%% verificado em julho; e o segundo marcando o terceiro mês seguido de queda na produção, com perda acumulada de 1,1% nesse período.

Média móvel trimestral tem variação nula (0,0%)

Ainda na série com ajuste sazonal, a evolução do índice de média móvel trimestral para o total da indústria mostrou variação nula (0,0%) no trimestre encerrado em agosto de 2019 frente ao nível do mês anterior, após registrar trajetória predominantemente descendente desde setembro de 2018.

Entre as grandes categorias econômicas, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, bens de consumo duráveis (-0,7%) e bens de capital (-0,4%) apontaram os resultados negativos nesse mês, com ambos marcando o segundo mês seguido de queda e acumulando nesse período perda de 1,6% e 0,5%, respectivamente. O setor produtor de bens de consumo semi e não-duráveis também mostrou variação nula (0,0%) em agosto de 2019, após assinalar decréscimo de 0,4% no mês anterior. Por outro lado, o segmento de bens intermediários (0,3%) apontou o único avanço nesse mês e mostrou o segundo resultado positivo consecutivo nesse tipo de comparação, após interromper no mês anterior a trajetória descendente iniciada em janeiro de 2019.

Produção industrial cai 2,3% em relação a agosto de 2018

Na comparação com agosto de 2018, o setor industrial assinalou recuo de 2,3% em agosto de 2019, com resultados negativos nas quatro grandes categorias econômicas, 23 dos 26 ramos, 55 dos 79 grupos e 63,1% dos 805 produtos pesquisados. Vale citar que agosto de 2019 (22 dias) teve um dia útil a menos do que igual mês do ano anterior (23).

Entre as atividades, veículos automotores, reboques e carrocerias (-5,8%), outros produtos químicos (-6,1%) e celulose, papel e produtos de papel (-8,4%) exerceram as maiores influências negativas na formação da média da indústria, pressionadas, em grande medida, pela menor fabricação dos itens automóveis, na primeira; adubos ou fertilizantes com nitrogênio, fósforo e potássio (NPK), etileno não-saturado, superfosfatos, policloreto de vinila (PVC), amoníaco, hidróxido de sódio (soda cáustica), tintas e vernizes para impressão e construção, ureia e oxigênio, na segunda; e pastas químicas de madeira (celulose), na terceira.

Vale destacar também as contribuições negativas assinaladas pelos ramos de indústrias extrativas (-1,8%), de produtos de borracha e de material plástico (-5,6%), de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-12,7%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-6,4%), de máquinas e equipamentos (-3,1%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-6,5%), de bebidas (-3,7%) e de outros equipamentos de transporte (-9,7%). Em termos de produtos, os impactos negativos mais importantes nesses ramos foram, respectivamente, minérios de ferro; peças e acessórios de plástico para indústria automobilística, pneus novos para automóveis e motocicletas, embalagens de plástico para produtos alimentícios ou bebidas, chapas, folhas e outras formas planas autoadesivas de plásticos, artigos descartáveis de plástico, sacos, sacolas e bolsas de plástico para embalagens ou transporte, chapas, folhas, tiras e lâminas de plásticos, artigos de plástico para uso doméstico, correias de transmissão de borracha vulcanizada e reservatórios, caixas de água, cisternas, piscinas e artefatos semelhantes de plástico; serviços de manutenção e reparação de máquinas e equipamentos para usos industriais, de estruturas flutuantes, de máquinas motrizes não-elétricas e de máquinas e equipamentos para prospecção e extração mineral; medicamentos; tratores agrícolas, rolamentos de esferas, agulhas, cilindros ou roletes para equipamentos industriais, máquinas para colheita, carregadoras-transportadoras, máquinas para encher, fechar e embalar, centros de usinagem para trabalhar metais e bombas centrífugas; camisetas de malha, calças compridas, vestidos de malha, conjuntos de malha, calcinhas de malha, macacões e jalecos e roupas de dormir ou de banho de malha de uso feminino; preparações em xarope para elaboração de bebidas para fins industriais; e embarcações para transporte de pessoas ou cargas (inclusive petroleiros e plataformas), partes e peças para veículos ferroviários, aviões e vagões de passageiros e para transporte de mercadorias.

Por outro lado, ainda na comparação com agosto de 2018, entre as três atividades que apontaram ampliação na produção, as principais influências no total da indústria foram registradas por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (5,0%) e produtos alimentícios (1,0%), impulsionadas, em grande medida, pela maior produção de gasolina automotiva, álcool etílico e óleos combustíveis, na primeira; e de açúcar cristal e VHP, sucos concentrados de laranja e carnes e miudezas de aves congeladas, na segunda.

Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, bens de consumo duráveis (-5,6%) e bens de capital (-3,7%) assinalaram, em agosto de 2019, os recuos mais acentuados entre as grandes categorias econômicas. Os setores produtores de bens intermediários (-2,1%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (-0,7%) também apontaram resultados negativos nesse mês, mas ambos com reduções menos intensas do que a observada na média nacional (-2,3%).

O segmento de bens de consumo duráveis recuou 5,6% em agosto de 2019 frente a igual período do ano anterior, após avançar 1,0% em julho último. Nesse mês, o setor foi particularmente pressionado pela redução na fabricação de automóveis (-11,9%). Vale citar também a queda assinalada pelo grupamento de móveis (-6,2%). Por outro lado, os principais impactos positivos foram verificados em eletrodomésticos da “linha branca” (7,4%) e da “linha marrom” (3,8%), motocicletas (9,9%) e outros eletrodomésticos (4,7%).

O setor produtor de bens de capital recuou 3,7% no índice mensal de agosto de 2019, após avançar 6,6% em julho último. Na formação do índice desse mês, o segmento foi influenciado, em grande medida, pela queda observada no grupamento de bens de capital para equipamentos de transporte (-6,6%), pressionado, principalmente, pela menor fabricação de embarcações para transporte de pessoas ou cargas (inclusive petroleiros e plataformas), caminhões, aviões, vagões de passageiros e para transporte de mercadorias e reboques e semirreboques (inclusive para uso agrícola). As demais taxas negativas foram registradas por bens de capital agrícolas (-17,3%), de uso misto (-8,3%), para fins industriais (-1,4%) e para construção (-4,8%). Por outro lado, o único impacto positivo foi assinalado pelo grupamento de bens de capital para energia elétrica (5,2%).

Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, o segmento de bens intermediários, ao recuar 2,1% no índice mensal de agosto de 2019, apontou a terceira taxa negativa seguida, mas com queda menos acentuada do que as verificadas em junho (-6,2%) e julho (-5,2%) últimos. O resultado desse mês foi explicado, principalmente, pelos recuos nos produtos associados às atividades de outros produtos químicos (-5,9%), de celulose, papel e produtos de papel (-9,7%), de indústrias extrativas (-1,8%), de produtos de borracha e de material plástico (-5,3%), de metalurgia (-1,5%), de produtos de minerais não-metálicos (-2,0%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (-1,7%), de máquinas e equipamentos (-2,8%), de produtos de metal (-1,1%) e de produtos têxteis (-1,4%), enquanto as pressões positivas foram registradas por produtos alimentícios (5,7%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (0,7%). Ainda nessa categoria econômica, vale citar também os resultados negativos assinalados pelos grupamentos de insumos típicos para construção civil (-0,4%) e de embalagens (-0,5%), com ambos revertendo os avanços observados no mês anterior: 3,2% e 1,6%, respectivamente.

O setor produtor de bens de consumo semi e não-duráveis recuou 0,7% em agosto de 2019 frente a igual período do ano anterior, após avançar 1,5% em julho último. O desempenho nesse mês foi explicado, em grande parte, pela redução observada no grupamento de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-2,9%), pressionado, principalmente, pela menor fabricação de biscoitos e bolachas, bombons e chocolates em barras, carnes de bovinos congeladas, frescas ou refrigeradas, sorvetes e picolés, carnes e miudezas de aves frescas ou refrigeradas, massas alimentícias secas, vinhos de uvas, cervejas e chope. Vale citar também os resultados negativos assinalados pelos grupamentos de semiduráveis (-4,2%) e de não-duráveis (-2,7%), influenciados, em grande medida, pelos recuos registrados nos itens camisetas de malha, calças compridas (de malha ou não), calçados de couro masculino, tapetes e outros revestimentos têxteis para pavimentos, artefatos de alumínio para uso doméstico, vestidos de malha, tênis, conjuntos (de malha ou não) e calçados de borracha moldado, no primeiro; e medicamentos, impressos para fins publicitários ou promocionais em papel, produtos de beleza ou de maquilagem, preparações capilares, papel higiênico e inseticidas, no segundo. Por outro lado, o subsetor de carburantes (13,3%) apontou a única taxa positiva nessa categoria, impulsionado pela maior produção de gasolina automotiva e álcool etílico.

Em 2019, indústria acumula -1,7%

No índice acumulado para janeiro-agosto de 2019, frente a igual período do ano anterior, o setor industrial mostrou redução de 1,7%, com resultados negativos em uma das quatro grandes categorias econômicas, 16 dos 26 ramos, 47 dos 79 grupos e 55,2% dos 805 produtos pesquisados.

Entre as atividades, indústrias extrativas (-10,7%) exerceu a maior influência negativa na formação da média da indústria, pressionada, em grande medida, pelos itens minérios de ferro. Vale destacar também as contribuições negativas assinaladas pelos ramos de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-9,9%), de outros equipamentos de transporte (-11,1%), de celulose, papel e produtos de papel (-3,3%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-4,2%), de produtos de borracha e de material plástico (-2,2%), de produtos de madeira (-5,4%) e de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-2,7%), influenciados, principalmente, pelos itens serviços de manutenção e reparação de máquinas e equipamentos para usos industriais, de estruturas flutuantes e de máquinas e equipamentos para prospecção e extração mineral; embarcações para transporte de pessoas ou cargas (inclusive petroleiros e plataformas), aviões, partes e peças para veículos ferroviários e vagões de passageiros e para transporte de mercadorias; pastas químicas de madeira (celulose); transmissores ou receptores de telefonia celular, antenas, computadores pessoais portáteis (laptops, notebooks, tablets e semelhantes), computadores pessoais de mesa (PC desktops) e televisores; peças e acessórios de plástico para indústria automobilística, pneus novos para automóveis, artigos de plástico para uso doméstico e artigos descartáveis de plástico; madeira serrada, aplainada ou polida e painéis de fibras de madeira; e medicamentos.

Por outro lado, entre as nove atividades que apontaram ampliação na produção, a principal influência no total da indústria foi registrada por veículos automotores, reboques e carrocerias (2,1%), impulsionada, em grande parte, pela maior fabricação dos itens autopeças, caminhões, reboques e semirreboques, caminhão-trator para reboques e semirreboques e carrocerias para ônibus. Outras contribuições positivas relevantes sobre o total nacional vieram de produtos de metal (4,7%), de bebidas (2,9%) e de produtos de minerais não-metálicos (1,9%). Em termos de produtos, os impactos positivos mais importantes nesses ramos foram, respectivamente, construções pré-fabricadas de metal, recipientes de ferro e aço para transporte ou armazenagem de gases, latas de alumínio para embalagens, caldeiras geradoras de vapor, torres e pórticos de ferro e aço, revólveres e pistolas, aparelhos de barbear, artefatos de alumínio para uso doméstico, estruturas de ferro e aço em chapas ou em outras formas, parafusos, ganchos, pinos e outros artefatos de ferro e aço e artefatos diversos de ferro e aço estampado; cervejas e chope; e ladrilhos, placas e azulejos de cerâmica para pavimentação ou revestimento, garrafas, garrafões e frascos de vidro para embalagem, massa de concreto preparada para construção, cimentos “Portland” e elementos pré-fabricados para construção civil.

Entre as grandes categorias econômicas, o perfil dos resultados para os oito meses de 2019 mostrou menor dinamismo para bens intermediários (-2,8%), pressionada, sobretudo, pela redução verificada em indústrias extrativas (-10,7%), explicada, principalmente, pelos efeitos do rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração na região de Brumadinho (MG) ocorrido em janeiro de 2019. Por outro lado, os setores produtores de bens de capital (0,7%), de bens de consumo duráveis (0,5%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (0,2%) assinalaram as taxas positivas no índice acumulado no ano.

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
*Série com ajuste sazonal

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